Revista Aspacer: Transformação editorial e relevância jornalística
Em 2008, fui convidado pela Karla Amaral para ajudar num projeto editorial para a então revista “Entre Aspas”, da Associação Paulista das Cerâmicas de Revestimento (Aspacer).
Naquele
ano, a Karla prestava um serviço de consultoria em marketing para a Aspacer e
me relatou dois problemas relacionados à revista: (1) atraso nas edições
mensais; (2) necessidade de um caráter mais empresarial para a revista.
Quando
entrei para a equipe, já havia o direcionamento para a mudança do nome da
revista de “Entre Aspas” para “Aspacer”. Com certeza, a mudança de nome promove
um importante reposicionamento da revista e dá maior autoridade para a
associação, especialmente na iniciativa de rever o seu projeto de conteúdo e
editorial.
O
primeiro passo foi acertar as edições atrasadas da revista e, com a cronologia
em ordem, iniciar esse novo projeto.
Para
quem não lembra, o ano de 2008 foi marcado por uma grande crise econômica
global conhecida como a “crise do subprime”. Não vou entrar em detalhes, mas,
em linhas gerais, os bancos e instituições financeiras concediam muitos
empréstimos (especialmente imobiliários) a pessoas que tinham dificuldades para
pagar, chamados de “subprime”. Isso provocou um colapso em muitos bancos, com
destaque para a quebra do banco Lehman Brothers (fundado em 1850), um dos mais
tradicionais e mais importantes bancos do mundo.
Então,
temas ligados à economia, principalmente, foram o foco na mudança da linha
editorial da revista, especialmente o cenário macro ambiental que refletia
diretamente no setor cerâmico. A ideia foi abordar temas globais a partir da
sensibilidade do setor cerâmicos a esses temas.
Na
época, a Silvia Araujo, que era a jornalista responsável pela revista, e o Luís
Fernando Quilici, Diretor de Relações Institucionais da Aspacer, abraçaram a
ideia.
Então,
o primeiro passo foi relatar os impactos da crise econômica global no setor e
tentar identificar com os empresários do setor expectativas, alternativas e
ações efetivas num momento em que a recessão era praticamente inevitável.
Por
outro lado, também era importante mostrar a força do setor e, principalmente,
seu papel importante para a economia regional e nacional (estamos no maior polo
cerâmico das Américas). A revista comemorativa de 10 anos da Aspacer foi um
retrato disso.
Depois,
tive a oportunidade de fazer entrevistas exclusivas com dois ex-ministros da
Fazenda, Maílson da Nóbrega e Rubens Ricupero, e com o então presidente da
Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto. Todos trazendo
leituras importantes do macro ambiente para o setor cerâmico.
Foi
realmente um trabalho desafiador e de muito aprendizado entre os anos de 2008 e
2010. Aqui a dica está nos contextos. A informação precisa fazer sentido para
quem a está consumindo. Neste caso da revista Aspacer, esse olhar nichado sobre
temas importantes e abrangentes contribui para a autoridade do trabalho
jornalístico e gera relevância para a revista. Nas revistas desse período você
me encontrará no expediente como “Projetos Especiais”.
As
revistas podem ser acessadas pelo link:
https://www.aspacer.com.br/informacoes/revista-aspacer/
(acesso
em 09/09/2024)
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